Num mundo em crise, sobretudo de valores,
encontrar pessoas que cumprem o que prometem é cada vez mais difícil.
Em muitas
organizações, por exemplo, o clima é regra geral de desconfiança. Daí que muitos
dos seus colaboradores evitem dialogar com franqueza, partilhar informações e
experiências com os demais e até colocar os seus recursos à disposição dos
outros, com receio de serem prejudicados de algum modo. Acabam por estar de pé
atrás em relação a tudo e a todos em nome da sobrevivência.
Acontece que a
confiança, quando cultivada de forma adequada, beneficia indivíduos e
organizações.
Na verdade, a confiança permite alcançar sucesso consistente e
duradouro e até viver melhor com nós próprios, com os outros e com o mundo.
Então,
porque teimamos em viver num sistema de desconfiança? É a força do hábito?
Talvez mas estamos sempre a tempo de mudar. Uma coisa é certa, a mudança só
acontecerá quando cada um de nós entender isso como um desafio.
Podemos não
mudar o mundo mas operar mudanças nos "mundos" em que estamos
inseridos.
Primeiro passo: aumentar a auto-confiança:
Se estamos dispostos a
trilhar esse caminho temos antes de mais de confiar em nós próprios, até porque
isso tem um impacto muito grande nas nossas conquistas pessoais e
profissionais. Se desconfiamos permanentemente das nossas capacidades será mais
difícil de concretizar os nossos objectivos, verdade? Além do mais, essa
desconfiança irá fazer com que os outros também não acreditem em nós. Já para
não falar que com essa atitude nos tornamos pessoas também mais desconfiadas em
relação às outras pessoas.
Segundo passo: seguir o modelo GpC
Para que os outros
confiem em nós talvez valha a pena considerar as dez competências do modelo GpC
- Gestão por Confiança, desenvolvido por José María Gasalla, especialista na
área de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Talentos:
1. Ser competente no
trabalho, ou melhor, em tudo o que fazemos, seja qual for o contexto;
2.
Comunicar com clareza, dizendo a verdade;
3. Agir de maneira consistente, tendo
por base valores e princípios;
4. Cumprir a palavra dada;
5. Comprometer-se com as
pessoas e situações com empenho e seriedade;
6. Ser coerente, ou seja, fazer
coincidir o que se diz com o que se faz;
7. Saber guardar sigilo, garantindo a
confidencialidade;
8. Criar uma relação de cumplicidade a partir da sintonia de
interesses e valores;
9. Estar consciente do "eu", do outro e de tudo
o que nos rodeia através da presença, empatia e respeito pela individualidade;
10.
Estabelecer relações de confiança recíproca.
in expresso.pt